Você já deve ter ouvido falar de casos sobre celulares clonados. Essa modalidade de fraude não é nenhuma novidade e acontece desde o final da década de 1990 no Brasil. Atualmente, até alguns aplicativos, como o WhatsApp, podem ser alvo de hackers. Mas você sabe o que fazer caso aconteça isso com você?
Neste post, vamos explicar tudo o que acontece com um celular clonado e como se proteger desse esquema de roubo de dados. Boa leitura!
Antes disso, se deseja economizar com seu plano móvel, não deixe de falar com nossos especialistas. Encontramos o melhor plano para você:
O que é um celular clonado?
Um celular clonado é aquele dispositivo que foi reprogramado. Assim, transmite o código do aparelho (número IMEI) e o código de assinante habilitado para o fraudador. Dessa forma, o hacker usa um outro smartphone que faz ligações telefônicas, envia mensagens e baixa aplicativos como se fosse na linha original.
Como é feita a clonagem de celular?
De forma geral, para clonar um celular é preciso que o hacker use receptores de sinal analógico para ficar à espera de ligações. Assim que alguém faz uma chamada usando rede analógica em seu aparelho, acaba entrando no radar do criminoso. É nesse momento que dados importantes são roubados do dispositivo original.
Outra maneira de saber o código IMEI do celular para cloná-lo é instalar um vírus. O hacker pode infectar um smartphone e, por meios digitais, copiar a identidade única do aparelho. Isso geralmente acontece com quem baixa aplicativos trojan, ou seja, que têm um propósito oculto e diferente daquele que você procurava.
Entenda o que é o IMEI
O IMEI — International Mobile Equipment Identity ou Identidade Internacional do Equipamento Móvel — é como se fosse o CPF do seu celular. Ele é um número único para todo e qualquer aparelho já fabricado no mundo. Assim, as redes de telefonia conseguem rastrear e entregar as mensagens importantes de um dispositivo até outro sem se confundir.
Infelizmente, nas mãos de pessoas erradas, o IMEI pode ser a porta de entrada para clonagens de linha telefônica. Por isso, é muito importante proteger esse código único do seu aparelho.
O que acontece com um celular clonado?
Um celular que foi clonado acaba perdendo essa identidade única que o IMEI oferece. Assim, as antenas das redes de telefonia não conseguem mais distinguir qual aparelho fez qual ligação. De maneira resumida, para a operadora do seu smartphone é como se sua linha tivesse uma “irmã gêmea”, mas que a empresa só consegue identificar uma delas.
Dessa forma, qualquer serviço utilizado por uma das linhas “gêmeas” acaba sendo identificado apenas como aquele celular original. Assim, muitas pessoas só suspeitam que estão com o telefone móvel clonado quando recebem a fatura no final do mês ou os créditos terminam.
Como saber se meu celular foi clonado?
O primeiro sinal de que seu celular pode ter sido clonado é notar que os créditos da recarga pré-paga estão acabando muito rápido. Ou então, se você é cliente pós-pago, sua fatura sofreu um aumento significativo e você não se lembra de ter usado tudo isso. Há outros sinais, como:
- viu aplicativos instalados que você não lembra de ter baixado;
- percebeu números desconhecidos em sua lista de chamadas recentes;
- teve dificuldade em completar chamadas;
- escutou barulhos estranhos quando tenta fazer ligações;
- recebeu muitos SMS por engano nos últimos dias;
- o smartphone mais lento que o normal;
- o uso de dados aumentou nos últimos dias;
- teve muitas quedas nas ligações;
- recebeu chamadas com DDDs ou DDIs diferentes dos de costume;
- teve dificuldade para usar a caixa postal do correio de voz;
- a bateria dura menos do que costumava;
- o celular esquenta demais ultimamente.
Meu celular foi clonado, e agora?
Percebeu que seu celular foi clonado e não sabe o que fazer? Primeira coisa é: mantenha a calma. Então, comece a vasculhar seu smartphone pelos aplicativos estranhos que você viu e desinstale um por um. Em seguida, instale um antivírus confiável e faça a verificação do seu smartphone. Assim, saberemos se a clonagem foi por meio analógico ou de infecção digital com vírus.
Outros passos para ajudar você, que teve celular clonado, são:
- fazer reset de fábrica do seu smartphone;
- entrar em contato com sua operadora de celular e anotar protocolo de atendimento;
- trocar as senhas dos principais aplicativos que você usa;
- configurar login em duas etapas em sua conta Apple ou Google;
- pedir bloqueio da linha do aparelho;
- pedir bloqueio do IMEI do celular.
Que leis protegem quem teve celular clonado?
Há, de fato, duas leis que estão a favor do consumidor que teve celular clonado. A primeira é o Código de Defesa do Consumidor de 1997, constando em seu artigo 6º, inciso IV:
“a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.”
Dessa forma, a responsabilidade de manter a segurança das redes telefônicas é de cada operadora para com seus clientes.
Regulamento da Anatel
A segunda proteção jurídica está no Regulamento do Serviço Móvel Pessoal, de 2007. Nele, a Anatel — Agência Nacional de Telecomunicações — diz, nos artigos 77 e 78, na íntegra:
“As prestadoras devem dispor de meios para identificar a existência de fraudes na prestação do SMP, em especial aquelas consistentes na utilização de Estação Móvel sem a regular Ativação utilizando Código de Acesso associado a outra Estação Móvel.
Parágrafo Único. A prestadora deve participar, juntamente com as demais prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo, de um sistema de prevenção de fraudes, partilhando os custos e benefícios advindos dessa prevenção.
Art. 78. Em nenhuma hipótese o Usuário será onerado em decorrência de fraudes na prestação do SMP, devendo o serviço ser restabelecido nas mesmas condições pactuadas anteriormente.
§ 1º Não haverá cobrança de assinatura do Usuário de Plano Pós-Pago de Serviço pelo período em que o serviço foi interrompido em decorrência de fraude.
§ 2º Não deverá contar o prazo de validade dos créditos de Usuário de Plano Pré-Pago de Serviço pelo período em que o serviço foi interrompido em decorrência de fraude.
§ 3º O Usuário não será obrigado a alterar seu Código de Acesso, se não desejar, em virtude de fraude.
§ 4º Nos casos em que seja necessária a troca da Estação Móvel, o Usuário terá direito de receber uma nova Estação Móvel, sem qualquer custo, de qualidade igual ou superior à Estação Móvel afetada.”
Resolução da operadora
Sendo assim, a operadora não pode cobrar nenhum serviço ou ligação após a identificação da fraude na linha clonada. Por isso, é muito importante entrar em contato com a empresa assim que perceber que houve a clonagem. Lembre-se sempre de anotar:
- nome do atendente;
- dia e hora do atendimento;
- protocolo de atendimento;
- prazo de resolução.
Caso sua operadora não resolva a situação, entre em contato diretamente com a Anatel ou uma das sedes do Órgão de Defesa do Consumidor da sua cidade.
Como evitar que o celular seja clonado?
Apesar de saber que a lei nos protege de fraudes como a do celular clonado, é muito importante se precaver. Por isso, veja nossas dicas:
- conserte seu smartphone sempre em uma loja autorizada;
- confira sempre sua fatura ou histórico de créditos;
- evite usar a rede telefônica em aeroportos;
- exija nota fiscal quando comprar aparelhos novos;
- verifique se o aparelho usado comprado está no Cadastro Nacional de Estações Móveis Impedidas (CEMI);
- procure seu número de celular na internet para saber se houve vazamento de dados;
- use antivírus no seu smartphone;
- não clique em links que receber de números desconhecidos por mensagens;
- não faça compras online em Wi-Fi público;
- anote seu código IMEI e guarde em lugar seguro;
- use bloqueio de tela para seu smartphone;
- permita login em duas etapas nos aplicativos;
- não instale aplicativos sem fonte confiável.
Ter um celular clonado é uma dor de cabeça grande, mas, felizmente, existem algumas medidas para tomar caso isso aconteça. Você pode também se prevenir da clonagem seguindo nossas dicas, evitando que esse transtorno aconteça com você e seus familiares.
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Graduada em Relações Internacionais (Uni-BH) e Jornalismo (PUC-MG), Gabriela Resende é jornalista do Portal de Planos e especialista em telecomunicações. Com experiência que vai desde a criação de vídeos para o YouTube até a redação de textos para lançamento de sites completos, Gabriela é apaixonada por tornar a informação acessível. Ela se dedica a produzir conteúdo claro e simples, permitindo que você faça ótimas escolhas sobre seus planos de telecomunicações e compreenda melhor a tecnologia.